Considerada, muitas vezes, como indício de distúrbios e patologias, o espelhamento de letras ou mesmo de palavras é uma ocorrência comum e frequente nos primeiros anos de escolarização. Se, por exemplo, uma tesoura é sempre uma tesoura esteja ela na posição vertical, horizontal ou diagonal
sabemos que essa simetria não acontece com as letras. A orientação e a posição das letras mudam a sua natureza, p é diferente de q, que é diferente de b, que difere de d e na medida em que as crianças vão sendo orientadas a conhecer as convenções e arbitrariedades da escrita e compreender as letras como representações simbólicas, facilmente elas superam a escrita espelhada.
Referência:
SOARES, Magda. Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: Editora Contexto, 2017. p. 212.