Conforme nos ensina Soares (2017, p. 223), “tradicionalmente, ensina-se que as vogais são cinco, quando na verdade são doze”. Isso acontece porque as vogais podem ser classificadas como orais e nasais. O que isso significa?
Vamos observar nosso véu do palato, conhecida por muitos de nós como campainha, “na produção das orais, o véu do palato fecha a passagem à cavidade nasal, fazendo com que o ar saia somente pelo trato oral. Nas vogais nasais, o véu palatino encontra-se abaixado, permitindo que o ar passe também pelas cavidades ressoadoras nasais”. (SEARA; NUNES; LAZZAROTTO-VOLCÃO, 2011). Se ainda não ficaram claras as diferenças entre sons orais e nasais, vamos analisar a figura apresentada por Seara, Nunes e Lazzarotto-Volcão (2011, p. 26), adaptada de Oliveira e Brenner (1988, p. 46):
Figura extraída de Seara, Nunes e Lazzarotto-Volcão (2011, p. 26).
Sobre ela Seara, Nunes e Lazzarotto-Volcão (2011, p. 26) afirmam que a “posição do véu do palato na produção de vogais (a) orais (como na produção da vogal da palavra lá) e (b) nasais (como na produção da vogal da palavra lã)”.
Por aprender, geralmente, que as vogais são cinco, as crianças quase não erram a grafia das vogais orais, enquanto que “erram significativamente na grafia de vogais nasalizadas com as letras N ou M, como por exemplo: AJO por anjo, ELEFATE por elefante, BODADE por bondade, LIPO por limpo, ANTIGAMETE por antigamente, JUTO por junto”. (SOARES, 2017).
Referências:
SEARA, Izabel Christine; NUNES, Vanessa Gonzaga; LAZZAROTTO-VOLCÃO, Cristiane. Fonética e Fonologia do Português Brasileiro. Florianópolis: Llv/cce/ufsc, 2011. p. 22. Disponível em: https://ppglin.posgrad.ufsc.br/files/2013/04/Livro_Fonetica_e_Fonologia.pdf.
SOARES, Magda. Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: Editora Contexto, 2017. 1. ed. p. 223.